terça-feira, 26 de abril de 2011

Porquê é que acreditam?

Estamos numa altura de grande riqueza espiritual: Este ano a Semana Santa, com todas as suas celebrações, coincidiu exactamente com os dias da viagem Senza há 6 anos. No Domingo passado foi a Páscoa e foi também o sexto aniversário da Missa da imposição do Pálio e do Anel do Pescador de Bento XVI. No próximo Domingo será a beatificação de João Paulo II. E com isto chegamos a Maio, mês de Maria. Dia 8 começam muitas peregrinações que levarão milhares de peregrinos a Fátima.

Com tudo isto, seria de esperar que estaria em êxtase místico. No entanto, dou por mim a duvidar de tudo. Tenho questionado as minhas razões. Ou melhor, a falta de razões para acreditar. Estou entre o crer e o descrer. Sendo que o descrer tem sido mais forte na minha vida nos últimos anos.
Relembro tudo o que vivi. Vejo os milhões de Católicos nas celebrações. E questiono-me: O que os faz mover? Cada um deles terá a sua razão para crer.

O que vos leva a ter Fé? Quais as vossas razões?

Gostava de ter as vossas respostas. Todas são bem vindas!


blogger

5 comentários:

Da Silva disse...

Podes querer que é tramado não crer,
como podes crer se não queres crer,
pois se não cres é porque não queres.
Que tudo o que te faz não crer,
te fez antes crer, queres então crer ou não crer?
Queres crer, ouve-te, e no silêncio crerás que queres crer.

É bom ter a possibilidade de dúvidar. Aproveita, que é precisamente nesse binómio realidade-possibilidade, que assenta o Homem e a sua liberdade.

Domingueira disse...

Caro Diogo,

Muito obrigada pelo teu comentário. Gostei muito.
Tudo o que me faz não crer, não foi o que antes me fez crer. Daí duvidar e não saber em que crer.

Antónimo disse...

Há o Bem e há o mal. Disso, julgo que não temos dúvidas. Mas porque motivo é que Jesus realizou uma série de milagres há 2000 anos e nos dias que correm é tão difícil recebermos graças? Os pescadores passaram uma noite inteira na faina e... zero. Depois, voltaram para o mesmo mar mas atiraram as redes para onde Jesus lhes disse.

Domingueira: o melhor é ser teimosa com Jesus e pedir-lhe que lhe vá dizendo para onde atirar as suas redes. A outro nível, também pode ir a uma missa onde goste mais de estar e, já que lá está, pedir o dom da Fé ao Espírito Santo.

Como refere, é verdade que estamos numa altura de grande riqueza espiritual, que será muito melhor se podermos tomar parte activa e não apenas passiva como, aliás, em tudo um pouco nesta vida. Se eu me envolvo, vibro muito mais com os bons resultados mas também sei que se correr mal fico mais chamuscado.

Anónimo disse...

Domingueira,

Eu comecei a acreditar pela graça de Deus.
Neste momento devia ser agnóstica comunista se seguisse o meu pai, "ter a minha fé" e ir à Igreja nos casamentos se fosse como os meus avós, ou ser muçulmana se me inspirasse na minha mãe.
Na verdade, Deus deu-Se a conhecer quando eu era ainda uma criança (que nem sequer sabia o que era o presépio),e literalmente, resgatou-me.
É claro que eu podia e hoje ainda posso dizer não.
Confundir fé com sentimentalismo e, quando não O sinto, negá-lO.
Também podia misturar fé com religiosidade e limitar-me a ir à Missa, a Fátima, às Jornadas, por ir.

Mas não. Deus não precisa de me mostrar as Suas chagas duas vezes.
A minha vida é tão insólita quanto a probabilidade de eu ser quem sou hoje.
Custa-me tanto acreditar n'Ele como no amor dos meus pais, da minha irmã, do meu noivo. Nenhum deles posso provar com uma demonstração matemática, nem com o formalismo da Mecânica Quântica nem com um tratado filosófico. Eu acredito neles...e n'Ele, e isso é-me suficiente.

Poderia agora dizer-me que existem outros "caminhos": budismo, judaismo, islamismo, protestantismo, animismo, bom carácter, consciência cívica, ser bom.
Ser bom, “eu não mato”, “eu não roubo”, “eu não sou promíscuo”, criam apenas uma auto-suficiência que nos fecha sobre nós próprios. Estagnados. Bons. Suficientemente bons. Nem heróis nem santos. Apenas nós.

Apenas o Catolicismo é a valorização de tudo: do Matrimónio e da virgindade, da alma e do corpo, da morte e da vida. Bastar-me-ia no entanto, lembrar que "Tu es Petrus et super hanc petram aedificabo Ecclesiam meam"; é este o significado da Igreja Católica Apostólica Romana. Qualquer outra criada por um homem será sempre uma imitação daquela que foi instituída por Deus.


Que bom seria se, na Pátria Celeste, Deus me dissesse que eu teria procurado a Sua face, quer Ele Se tivesse revelado ou não. Tudo me foi dado, eu apenas aceitei...bendito seja Deus para sempre.

Domingueira disse...

Obrigada pelas respostas.
Não é muito a minha "onda" expôr-me deste modo e contar a toda a gente o que sinto ou deixo de sentir. Espero que não pareça um artigo da revista Maria. A minha intenção é provocá-los a questionarem-se. E se tiver sorte, saber as vossas razões.

Caro Antónimo,
Eu já estou para lá de chamuscada de tanta teimosia...
Gostava de saber o que o faz correr? Que sentido tem para a sua vida?

Cara Tess,
gostei do seu testemunho. A confirmação da Fé na experiência do dia-a-dia.