segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

Hoje é a party da Cátedra de S.Pedro


"Tu és Pedro e sobre esta pedra edificarei a Minha Igreja." Este nome, Pedro, foi-lhe dado porque ele foi o primeiro a criar, entre as nações, os fundamentos da fé, e porque ele é a rocha indestrutível sobre a qual assentam os pilares e o conjunto do edifício de Jesus Cristo. Foi pela sua fidelidade que lhe chamaram pedra, enquanto o Senhor recebe este mesmo nome pelo Seu poder, segundo a palavra de São Paulo: "Eles bebiam a água da pedra espiritual que os seguia, e esta Pedra é Jesus Cristo" (1Cor 10, 4). Sim, ele merecia partilhar o nome com Jesus Cristo, pois foi o apóstolo escolhido para ser o colaborador da Sua obra. Em conjunto, construiram o mesmo edifício. É Pedro quem planta, é o Senhor que dá o crescimento, é o Senhor que envia aqueles que deverão regar (cf 1Cor 3, 6ss.).


Vós sabeis, irmãos muito amados, que foi a partir das suas próprias faltas, no momento em que o seu Salvador sofria, que o bem-aventurado Pedro foi educado. Foi depois de ter negado o Senhor que ele se tornou o primeiro perante Ele. Ao tornar-se mais fiel por chorar sobre a fé que tinha traído, recebeu uma graça ainda maior do que aquela que tinha perdido. Cristo confiou-lhe o Seu rebanho para que o conduzisse como o bom pastor e, ele que tinha sido tão fraco, tornou-se então o apoio de todos. Ele que, interrogado na sua fé, tinha sucumbido, precisava de confirmar os outros no fundamento inabalável da fé. E por isso que é chamado a pedra fundamental da piedade das Igrejas. Santo Agostinho


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Papa nomeado a prémio Brit de música clássica

Já era de todos sobejamente conhecida a paixão do Papa pela música, mas daí a ter a possibilidade de ganhar um Classical Brit Award, ia um graaaaaaaaannndddeeee passo.



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Para os que se interessam por política

Estou habituado a ver pessoas mudarem de opinião em relação a muitas coisas, num curto espaço de tempo, especialmente quando se convertem. Acho que este não é o caso: http://www.youtube.com/watch?v=Go1tJEg4jtU&feature=related


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Passemos a rezar

É a igreja dos tempos modernos. A partir de hoje, os fiéis podem descarregar diariamente orações para o iPod e rezar no metro ou no trânsito. O projecto, falado em português, chama-se "Passo a rezar"

Este projecto é giro, e especialmente útil para quem usa ipod/mp3 e não tem por hábito rezar a Liturgia das Horas. Ou mesmo para quem a reze, isto não faz mal nenhum: http://www.passo-a-rezar.net/


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Depois da manif a luta continua


A dona ILGA continua ao ataque, e desta vez conseguiu um apoio de peso: a Lowe. Esta empresa fez toda a campanha publicitária em regime pro bono, ou seja com uma ajudinha da Câmara de Lisboa, saiu tudo a custo zero para a dona ILGA. Este cartaz, de muito mau gosto, está espalhado por Lisboa, com a devida assinatura da Câmara Municipal.


Para ajudar à festa temos este anúncio a passar na televisão: clicar aqui.

Esta campanha está perfumada de mentira e demagogia, por isso já mandei um mail a dois responsáveis da dita Lowe, aqui ficam: armindo.costa@lowe.ativism.pt, joao.franca@lowe.ativism.pt

"Se a tua mãe fosse lésbica, mudava alguma coisa?". O público-alvo desta campanha são as crianças, o que ainda é mais vergonhoso. Não tenham preguiça, demoram um minuto a mandar um mail, mostrando a vossa indignação.


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quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

“Rasgai os vossos corações e não as vossas vestes”



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Quaresma 2010


- O Dilúvio durou 40 dias e 40 noites...

foi a preparação para uma nova humanidade.
- Durante 40 anos esteve Israel no deserto...
a caminho da Terra Prometida.
- Durante 40 dias fizeram penitência os Ninivitas...
antes de receberem o perdão de Deus.
- Durante 40 dias e 40 noites caminhou Elias...
até chegar à Montanha de Deus.
- Durante 40 dias e 40 noites Moisés e Jesus jejuaram...
no início da Missão.
- Assim os 40 dia da Quaresma,
são também um tempo especial
de conversão e renovação,
de preparação para a Páscoa.


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Quarta-Feira de Senzas



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terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

Gosto disto (da Missa de ontem)

Carta de S. Tiago 1,1-11.

Tiago, servo de Deus e do Senhor Jesus Cristo, saúda as doze tribos da Dispersão. Meus irmãos, considerai como uma enorme alegria o estardes rodeados de provações de toda a ordem, tendo em conta que a prova a que é submetida a vossa fé produz a constância. Mas a constância tem de se exercitar até ao fim, de modo a serdes perfeitos e irrepreensíveis, sem falhar em nada. Se algum de vós tem falta de sabedoria, que a peça a Deus, que a todos dá generosamente e sem recriminações, e ser-lhe-á dada. Mas peça-a com fé e sem hesitar, porque aquele que hesita assemelha-se às ondas do mar sacudidas e agitadas pelo vento. Não pense, pois, tal homem que receberá qualquer coisa do Senhor, sendo de espírito indeciso e inconstante em tudo. Que o irmão de condição humilde se glorie na sua exaltação, e o rico na sua humilhação, pois ele passará como a flor da erva. Com efeito, ao despontar o Sol com ardor, a erva seca e a sua flor cai, perdendo toda a beleza; assim murchará também o rico nos seus empreendimentos.

Livro de Salmos 119,67.68.71.72.75.76.

Antes de me teres humilhado, eu pecava; mas, agora, cumpro a tua palavra.
Tu és bom e generoso; ensina-me as tuas leis.
Foi bom para mim ter sido castigado, pois assim aprendi os teus decretos.
Prezo mais a lei da tua boca do que milhões em ouro e prata. Yod
SENHOR, eu sei que as tuas sentenças são justas e que me castigaste para meu proveito.
Que a tua bondade me sirva de conforto, conforme o que prometeste ao teu servo.


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A satânica e o metaleiro

Duas vidas, duas histórias completamente diferentes. Em comum a conversão tardia ao cristianismo, acompanhada por uma mudança radical de vida e a consequente felicidade de se saber muito amado. Aqui tendes:




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A todos os homens de boa vontade

Carta Encíclica «Caritas in veritate» do Sumo Pontífice Bento XVI aos Bispos, aos presbíteros e diáconos às pessoas consagradas aos fiéis leigos e a todos os homens de boa vontade sobre o desenvolvimento humano integral na caridade e na verdade.

Os documentos da Igreja não são só dirigidas aos baptizados, mas também a "todos os homens de boa vontade". Por boa vontade entende-se a disposição para fazer o bem, mesmo que muitas vezes não se atinja o objectivo.

No outro dia dei por mim a ver um filme de três horas e meia na RTP Memória, nada mais nada menos que o Ghandi. A nível técnico posso dizer que o filme é de 1982, teve 11 nomeações para os óscares, e ganhou 8 deles, incluindo melhor filme e melhor actor principal. Na prática o filme é sobre um homem que andava vestido com um lençol.

Mas que tipo de homem? Sem dúvida um homem de boa vontade. Educado como hindu, definia-se como hindu, muçulmano, cristão, judeu e budista. Uma autêntica salada russa, mas nevertheless este homem desafia-me, provoca-me, serve-me de exemplo em muitas coisas. Muitas frases lhe são atribuídas, e uma delas é esta:

"Não conheço ninguém que tenha feito mais para a humanidade do que Jesus. De facto, não há nada de errado no cristianismo. O problema são vocês, cristãos. Vocês nem começaram a viver segundo os seus próprios ensinamentos."

Mesmo que a citação seja falsa, e ele não tenha dito isto, poderia ter dito. É verdade que em muitas coisas ainda não somos cristãos, e por isso mesmo podemos ser causa de escândalo para um não-cristão. Além disso, é bom termos a humildade de tentar aprender com todos os homens de boa vontade.


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quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

Papa fala sobre S.Francisco


Inocêncio III era um papa poderoso, de grande cultura teológica, como também de grande poder político e, no entanto, não é ele quem renova a Igreja, e sim um pequeno e insignificante religioso: é São Francisco, chamado por Deus. Por outro lado, no entanto, é importante observar que São Francisco não renova a Igreja sem ou contra o Papa, mas em comunhão com ele. 

As duas realidades estão juntas: o Sucessor de Pedro, os bispos, a Igreja fundada sobre a sucessão dos apóstolos e o carisma novo que o Espírito Santo cria nesse momento para renovar a Igreja. Na comunhão se dá a verdadeira renovação. (O resto do texto está aqui)


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terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

Cristo visível - Beata Teresa de Calcutá


Estando Cristo invisível, não Lhe podemos mostrar o nosso amor; mas os nossos vizinhos estão sempre visíveis, e podemos fazer por eles aquilo que, se Cristo fosse visível, gostaríamos de fazer a Ele.

Hoje, é o mesmo Cristo que está presente naqueles de que ninguém precisa, que ninguém emprega, de que ninguém cuida, que têm fome, que estão nus, que não têm lar. Esses parecem inúteis ao Estado e à sociedade; ninguém tem tempo para lhes dar. Compete-nos a nós, cristãos, a vós e a mim, dignos do amor Cristo se o nosso é verdadeiro, compete-nos a nós procurá-los, ajudá-los; eles estão lá para que os encontremos.

Trabalhar por trabalhar, tal é o perigo que nos ameaça permanentemente. É aí que o respeito, o amor e a devoção intervêm, para que dirijamos o nosso trabalho a Deus, a Cristo. Eis o motivo porque tentamos fazê-lo da maneira mais bonita possível.


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A verdadeira emancipação da mulher - S. Josemaria Escrivá


Desenvol­vimento, maturidade, emancipação da mulher, não devem significar uma pretensão de igualdade – uniformidade – com o homem, uma imitação da maneira de ser masculina. Isso não seria uma aquisição, seria uma perda para a mulher, não porque ela seja mais ou menos que o homem, mas porque é diferente.


Num plano essencial – que deve ser objecto de reconhecimento jurídico, tanto no direito civil como no eclesiástico – pode falar-se de igualdade de direitos, porque a mulher tem, exactamente como o homem, a dignidade de pessoa e de filha de Deus. Mas para além desta igualdade fundamental, cada um deve alcançar o que lhe é próprio.

E, neste plano, emancipação é o mesmo que possibilidade real de desenvolver plenamente as próprias virtualidades: as que tem na sua singularidade e as que tem como mulher. A igualdade em face do direito, a igualdade de oportunidades perante a lei, não suprime, antes pressupõe e promove essa diversidade, que é riqueza para todos. 


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Quem é? Não conheço. - Pe.Gonçalo Portocarrero de Almada

"Vem a talho de foice recordar um cerimonial ainda em uso na Casa Real austríaca, sempre que um membro desta família imperial é sepultado no panteão real, na vienense Igreja dos Capuchinhos.
À chegada do féretro e do seu acompanhamento, a entrada do templo encontra-se fechada, pelo que um dignitário do cortejo percute na respectiva porta. A esse toque, alguém responde de dentro:
- Quem é?
Nos termos protocolares, enunciam-se então todos os títulos nobiliárquicos e os tratamentos honoríficos a que esse membro da família imperial tivesse direito.
Mas a essa apresentação do defunto, segue-se uma lapidar negativa:
- Não conheço.
Repete-se o acto de bater à porta e, inquirida por segunda vez a identidade de quem deseja entrar, dizem-se de novo, mas de forma mais abreviada, as honrarias inerentes ao falecido. Então, de dentro da igreja fechada, ouve-se mais uma vez uma voz anónima que diz laconicamente:
– Não conheço.
À terceira vez, já não se referem altezas nem títulos, não se citam honras, nem nobiliárquicas prerrogativas, e o corpo insepulto é apresentado apenas como o de um pobre pecador.
E é só então que a porta, que não cedeu ante pergaminhos de imemorial nobreza, que não se rendeu ante séculos de gloriosa história familiar, atestada pela infindável ladainha das honras herdadas, se abre de par em par, dir-se-ia que comovida pela grandeza da humildade de um pobre de Cristo, que suplica a graça de um lugar de descanso para o seu corpo, enquanto não chegar a hora, tremenda e gloriosa, da ressurreição final.
Assim é também a entrada no reino dos Céus, majestoso pórtico que permanece indiferente às mais sublimes dignidades terrenas, sejam elas de natureza política, histórica, intelectual, económica, artística ou outra. Para a salvação eterna, pouco importa o poder, a fidalguia, a beleza, a inteligência ou a riqueza material do cristão. Não é por esses seus atributos que se lhe franqueará a porta do paraíso que, no entanto, se escancará ante a singela grandeza de quem tiver a dita de se reconhecer a si mesmo o que afinal todos somos nesta vida: pobres pecadores em demanda da pátria celestial, que só pela infinita misericórdia de Deus poderemos alcançar." 

A homilia completa está aqui


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domingo, 7 de fevereiro de 2010

Politicamente correcto sucks!

"Os imigrantes não-australianos devem adaptar-se. É pegar ou largar! Estou cansado de saber que esta nação se inquieta ao ofendermos certos indivíduos ou a sua cultura. Desde os ataques terroristas em Bali, assistimos a uma subida de patriotismo na maioria do australianos. A nossa cultura está desenvolvida desde há mais de dois séculos de lutas, de habilidade e de vitórias de milhões de homens e mulheres que procuraram a liberdade.

A nossa língua oficial é o inglês; não é o espanhol, o libanês, o árabe, o chinês, o japonês ou qualquer outra língua. Por conseguinte, se desejam fazer parte da nossa sociedade, aprendam a nossa língua!A maior parte do australianos crê em Deus. Não se trata de uma obrigação cristã, de influência da direita ou pressão política, mas é um facto, porque homens e mulheres fundaram esta nação sobre princípios cristãos, e isso é ensinado oficialmente. É perfeitamente adequado afixá-lo sobre os muros das nossas escolas. Se Deus vos ofende, sugiro-vos então que encarem outra parte do mundo como o vosso país de acolhimento, porque Deus faz parte da nossa cultura.

Nós aceitaremos as vossas crenças sem fazer perguntas. Tudo o que vos pedimos é que aceitem as nossas e vivam em harmonia e em paz connosco. Este é o nosso país, a nossa terra e o nosso estilo de vida. E oferecemos-vos a oportunidade de aproveitar tudo isto. Mas se vocês têm muitas razões de queixa, se estão fartos da nossa bandeira, do nosso compromisso, das nossas crenças cristãs, ou do nosso estilo de vida, incentivo-os fortemente a tirarem partido de uma outra grande liberdade australiana: O direito de partir. Se não são felizes aqui, então partam. Não vos forçamos a vir para aqui. Vocês pediram para vir para cá. Então, aceitem o país que vos aceitou".
Discurso do Primeiro-Ministro australiano à comunidade muçulmana


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As razões da nossa Fé

Lembro-vos, irmãos, o evangelho que vos anunciei, que vós recebestes, no qual permaneceis firmes e pelo qual sereis salvos, se o guardardes tal como eu vo-lo anunciei; de outro modo, teríeis acreditado em vão. Transmiti-vos, em primeiro lugar, o que eu próprio recebi: Cristo morreu pelos nossos pecados, segundo as Escrituras; foi sepultado e ressuscitou ao terceiro dia, segundo as Escrituras; apareceu a Cefas e depois aos Doze. 

Em seguida, apareceu a mais de quinhentos irmãos, de uma só vez, a maior parte dos quais ainda vive, enquanto alguns já morreram. Depois apareceu a Tiago e, a seguir, a todos os Apóstolos. Em último lugar, apareceu-me também a mim, como a um aborto.
1.ª carta de S. Paulo aos Coríntios, 15:1


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Momento poético

D. DUARTE, REI DE PORTUGAL (Fernando Pessoa in Mensagem)

Meu dever fez-me, como Deus ao mundo.
A regra de ser Rei almou meu ser,
Em dia e letra escrupuloso e fundo.

Firme em minha tristeza, tal vivi.
Cumpri contra o Destino o meu dever.
Inutilmente? Não, porque o cumpri.


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quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

Frase do dia

"Com o amor ao próximo, o pobre é rico; sem este amor, o rico é pobre." 

St. Agostinho


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A minha esperança

“A minha esperança está no que os olhos nunca viram. Portanto, não me deixes confiar nas recompensas visíveis. A minha esperança está naquilo que o coração não pode sentir. Não permitais, portanto, que eu confie nos sentimentos do meu coração. A minha esperança está naquilo em que a mão do homem jamais tocou. Não permitais que eu confie naquilo que posso segurar entre os dedos. (...) Deixa que a minha confiança se apoie na Tua misericórdia, e não em mim. Deixa-me colocar a minha esperança no Teu amor, não na fortaleza ou na saúde ou na habilidade ou nos recursos dos homens.”

Thoughts in Solitude, de Thomas Merton
(Farrar, Straus and Giroux Publishers, New York), 1958. p. 29-30


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terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

Actos das virtudes teologais

Acto de Fé

Senhor Deus, creio firmemente e confesso todas e cada uma das coisas que a Santa Igreja Católica propõe, porque Vós, ó Deus, revelastes todas essas coisas, Vós, que sois a eterna verdade e sabedoria que não pode enganar nem ser enganada. Nesta fé, é a minha determinação viver e morrer. Amén.


Acto de Esperança


Espero, Senhor Deus, que, pela vossa graça, hei de conseguir a remissão de todos os pecados e depois desta vida a felicidade eterna, porque Vós prometestes, Vós que sois infinitamente poderoso, fiel e misericordioso. Nesta esperança, é a minha determinação viver e morrer. Amém.

Acto de Caridade

Senhor Deus, amo-Vos sobre todas as coisas e ao meu próximo por causa de Ti, porque Vós sois o sumo bem, infinito e perfeitíssimo, digno de todo amor. Nesta caridade, é a minha determinação viver e morrer. Amém.


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segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

O fim da linha - Mário Crespo

Terça-feira dia 26 de Janeiro. Dia de Orçamento. O Primeiro-ministro José Sócrates, o Ministro de Estado Pedro Silva Pereira, o Ministro de Assuntos Parlamentares, Jorge Lacão e um executivo de televisão encontraram-se à hora do almoço no restaurante de um hotel em Lisboa. Fui o epicentro da parte mais colérica de uma conversa claramente ouvida nas mesas em redor. Sem fazerem recato, fui publicamente referenciado como sendo mentalmente débil (“um louco”) a necessitar de (“ir para o manicómio”). Fui descrito como “um profissional impreparado”. Que injustiça. Eu, que dei aulas na Independente. A defunta alma mater de tanto saber em Portugal. Definiram-me como “um problema” que teria que ter “solução”. Houve, no restaurante, quem ficasse incomodado com a conversa e me tivesse feito chegar um registo. É fidedigno. Confirmei-o. Uma das minhas fontes para o aval da legitimidade do episódio comentou (por escrito): “o PM tem qualidades e defeitos, entre os quais se inclui uma certa dificuldade para conviver com o jornalismo livre”. É banal um jornalista cair no desagrado do poder.

Há um grau de adversariedade que é essencial para fazer funcionar o sistema de colheita, retrato e análise da informação que circula num Estado. Sem essa dialéctica só há monólogos. Sem esse confronto só há Yes-Men cabeceando em redor de líderes do momento dizendo yes-coisas, seja qual for o absurdo que sejam chamados a validar. Sem contraditório os líderes ficam sem saber quem são, no meio das realidades construídas pelos bajuladores pagos. Isto é mau para qualquer sociedade. Em sociedades saudáveis os contraditórios são tidos em conta. Executivos saudáveis procuram-nos e distanciam-se dos executores acríticos venerandos e obrigados. Nas comunidades insalubres e nas lideranças decadentes os contraditórios são considerados ofensas, ultrajes e produtos de demência. Os críticos passam a ser “um problema” que exige “solução”. Portugal, com José Sócrates, Pedro Silva Pereira, Jorge Lacão e com o executivo de TV que os ouviu sem contraditar, tornou-se numa sociedade insalubre.

Em 2010 o Primeiro-ministro já não tem tantos “problemas” nos media como tinha em 2009. O “problema” Manuela Moura Guedes desapareceu. O problema José Eduardo Moniz foi “solucionado”. O Jornal de Sexta da TVI passou a ser um jornal à sexta-feira e deixou de ser “um problema”. Foi-se o “problema” que era o Director do Público. Agora, que o “problema” Marcelo Rebelo de Sousa começou a ser resolvido na RTP, o Primeiro Ministro de Portugal, o Ministro de Estado e o Ministro dos Assuntos Parlamentares que tem a tutela da comunicação social abordam com um experiente executivo de TV, em dia de Orçamento, mais “um problema que tem que ser solucionado”. Eu. Que pervertido sentido de Estado. Que perigosa palhaçada.


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JMJ 2011



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